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domingo, 27 de junho de 2010

Irresponsáveis.

"Os impactos de amor não são poesia." (Drummond)

A verdade é que, por mais que já tenhamos sofrido e nos decepcionado com o amor que vez ou outra ronda nossas vidas, sentimos uma necessidade exacerbada, incontrolada e desmedida de amar mais uma vez.
Amar e se entregar ao amor sem se importar com o que há de vir. Sempre achando que se virar caco a gente conserta, se rasgar a gente remenda, se afogar a gente salva e se queimar faz-se renascer das cinzas, no estilo fênix.
Deixamos de lado as marcas que ficarão registradas na memória devido as quebras, rasgos, afogamentos e queimaduras, todas com suas dores profundas causadas em alguns casos pela negligência do outro. O outro que pode ser eu ou você. O outro que é sempre o que está mais perto.
É difícil párar par analisar ( e não costumamos fazer isso ) se estamos prontos para conjugar o verbo amar sem errar infinitas vezes. Não que não se possa errar, mas é melhor que isso não aconteça quando o sujeito é composto.
Diferente da escrita que quando erramos podemos imediatamente consertar passando por cima a borracha ou o corretivo, na vida não se tem borrachas ou corretivos para se passar por cima das nossas faltas, e repare que mesmo na escrita estes objetos feitos para consertar os erros deixam marcas sobre o papel, e a sua estética já não será mais a mesma.
Qualquer um que olhe o papel notará a diferença e saberá que em certo ponto do texto algo de errado aconteceu, por mais sutil que seja. Se foi uma palavra que foi escrita errada, se foi uma idéia mal elaborada, ou se encontrou uma palavra de um mais alto estirpe para preencher o lugar de outra. O que importa é que algo ali aconteceu.
Não se conserta o que não está quebrado, não se remenda o que está muito bem costurado, não se salva o que não está afogado, assim como nada renasce das cinzas se não é pó, se não foi queimado.
Vivemos com umas manias de procurar o feio no belo, de reclamar quando tudo está indo bem, de encontrar pato em ovo de galinha.
Somos irresponsáveis no amor. Amamos pela metade, e essa metade somos nós, com a nossa pretensão descabida de mostrar aos outros que usamos, abusamos e caso alguma mazela aconteça passamos por cima do imprevisto e consertamos do nosso jeito, como se sentimentos e corações fossem objetos construídos de papel feitos para o nosso bel-prazer.

Vanessa Monique



16 comentários:

Rodolpho Padovani disse...

Pois é, muitas vezes queremos mais daquilo que temos e julgamos ser pouco e com isso não aproveitamos por completo...

Bjs =)

Franck disse...

Acho que vc encontrou os pecados que cometemos ao amar: a busca do feio onde n/existe, a galinha no lugar do pato, amar pela metade, sermos irresponsáveis... mas no amor não temos fórmulas ou bula, por isso, nunca vamos acertar, ou acertar errando...
Muito bom o texto! Um bom domingo!

Joyce Martins disse...

Muito especial seu texto, Vanessa!

escreves com alma!


beijoooos

Anônimo disse...

http://joyemartins.blogspot.com/

Elcio Tuiribepi disse...

Oi Vanessa, obrigado por visitar o Verseiro, obrigado por suas palavras...
è verdade, depois que se mancha um papel, que se apaga alguma coisa nele, por mais que tenhamos carinho em fazê-lo, a folha fica marcada, não é mais a mesma coisa...
Bonita reflexão...lendo seu perfil...crise dos vinte....Ah...faz asim com a gente não...rsrsrs..queria ter esta crise...rs
Visite o noso Espaço Aberto...tem o link lá no Verseiro...lá falamos sobre arte, musica, filme, saude, educação e ainda rola blogagens coletivas, no post anterior lá falei sobre musica e o atual convida para a blogagem e dá o resultado so nosso Concurso Literário...apareça...
Um abraço na alma...beijo
Parabén pelo seu blog...por sua forma de escrever....valeuuu

Anônimo disse...

todo o dito é verdade, Vanessa.

sabemos bem que o amor é feito de dois que se tornam um. e ninguém, cara amiga, deseja o mal a si mesmo. devemos antes de tudo olhar pra o outro como se fosse pra nós mesmos.

infelizmente nem sempre é assim.

te sigo!

beijo no ombro.

Leticía Gomes disse...

é, aqui estou eu de novo, meio bêbada depois dos seus textos. porque eles tem aquela euforia que faz a gente analisar e pensar na própria vida. talvez tabém na vida do homem.

mas, vanessa, não fale assim do amor. tenho certeza que seus benefícios sempre se sobressairão aos defeitos.

ficou muito bom o texto, um beijo.

lolla linkin(: disse...

oooi, obg por passar lá no meeu blg ^^
um maravilhoso domingo pra ti ;
beisers ;*

Vanessa disse...

Olá, td bem?!!!
Obrigada viu!! Eu espero que de tudo certo msm, e que u consiga fazer as coisas a tempo!!!
Vou sentir de vir aqui te visitar!!!
Tenha uma bela semana!!
Beijo

Jessica Carvalho disse...

Nossa, que texto lindo! (:
Muito lindas suas palavras! ^^

Gosto demais de suas visitinhas no meu blog e de seus comentários.

Muito obrigada pelas palavras (:

Beeijoos!

Babi Farias disse...

Me deu uma vontade louca de aperta CTRL + C + CTRL + V e mandar via email para todos os meus conhecidos. Como você expressou bem o que fazemos com essa tal amor e essa maneira errada de amar. Muito reflexivo seu texto, se me permite: o melhor que já li até agora em seu blog! (:

Beijos, Vanessa.
:*

Anônimo disse...

É por isso que adoro este autor, se fosse reescrever este texto, não acrescentaria sequer uma palavra, descreveu o amor de forma magnífica, o que sentimos, o que acelera nossa circulação, o que nos faz transpirar em demasia, e fechou com chave de outro nos mostrando o que por vezes insistimos em não enxergar. Belíssimo texto. abraços.

Paulo disse...

Vanessa, Querida...
Todos nós em algum momento de nossas vidas faz esses questionamentos, que em geral acontecem quando um relacionamento acaba... É como um balanço de toda uma história, que um dia foi linda, mas que acabou... Toda a história de amor começa intensa e cheia de muita idealização... Tudo é lindo e maravilhoso... Isso é paixão, e como é bom apaixonar-se para sentir tudo isso... Mas com o tempo, a idealização acaba, e as diferenças aparecem... Infelizmente, é assim... Muitas coisas boas ficam, muitas lembranças dos momentos felizes, e a balança das identificações e diferenças é que determina se o relacionamento termina ou continua... Um relacionamento é uma via de mão dupla, ou seja, não existem culpados. Cada um tem sua contribuição para as coisas boas e as coisas ruins... Dizer para um coração partido que a vida continua, que existem outras pessoas tão ou mais interessantes, seria impróprio. É a mesma coisa que dizer em um velório que a vida continua... Todos nós sabemos que continua, mas a gente na hora não sente emocionalmente isso... Todas as pessoas que passarão um dia por nossa vidas contribuem para o que somos... A gente nunca esquece, eu sei... Você mesma já escreveu em um post, e eu achei lindo, que amar também é saber deixar o outro ir e buscar a sua felicidade...
O amor que você sente é seu, e uma outra pessoa, quando você menos esperar, abrirá seu coração de novo, e deixará fluir todo esse seu sentimento lindo... Pode demorar um pouco, ou pode acontecer a qualquer momento...
Mas tudo tem sua hora certa, a pessoa certa, e razão para acontecer...
Você é linda, inteligente e muito sensível... Um universo lindo, mesmo!!! E isso, com certeza, não demorará a acontecer...rsrs. Mas que seja com qualidade e que te faça feliz, minha linda!!!
Beijos...

Gilmar disse...

Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente

Clarice Lispector

Cíntia Echel disse...

"Vivemos com umas manias de procurar o feio no belo, de reclamar quando tudo está indo bem, de encontrar pato em ovo de galinha"

Senti um puxãozinho na orelha nessa hora... rs
Kd vc pra gente conseguir colocar o papo em dia no MSN? Essa semana estou trabalhando de ½ dia até ½ noite. Se passar, treme! rs

Bjuxxxxx

Anônimo disse...

Vanessa, você escreve muito bem! Parece muito com meu jeito de escrever!!!! Em falar em pato em ovo de galinha, você já leu o conto da clarice Lispector " O ovo e a galinha"? você ia amar! Isso se já não não leu. eu também tenho um blo, com textos que eu acho que você se identificará muito:http://khatarsisencontros.blogspot.com/
Se gostar me segue lá!
Um beijo enorme,
Bru

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