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quarta-feira, 12 de junho de 2013

Amigos Enamorados.

   



   Pelo fato de se conhecerem há muito tempo, já não existia nada que não soubessem um do outro.   Reconheciam pequenos sinais, olhares, sorrisos e feições, entre tantos outros gestos descarados e ocultos que exalavam de seus poros.
 Ele, bonito, alegre, um sorriso fora do comum, e um olhar que fitavam sorrisos incessantemente.
 Ela, divertida, pequenas mãos que gostavam de afagar, corpo pequeno, delicado e uma alma de menina.
 Cresceram juntos, dividiram brincadeiras e traquinagens fora e dentro de hora, repassavam recordações e desejos de adolescentes juntos, e protegiam um ao outro, pois sentiam que suas almas eram iguais em essência.
    Sentiam-se em parte como duas almas prestes a se juntarem a qualquer momento e quem os avistava diziam em coro: - fazem um belo casal. Nasceram um para o outro. Mas eles negavam, disfarçavam suas vontades e desejos, não só para os demais, mas para eles mesmos. Não se permitiam viver aquilo que acreditavam que os deuses teriam escrito para os dois.
Era melhor não arriscarem uma amizade tão forte que crescia com eles há tanto tempo, mas aquele sentimento era diferente e vez ou outra vacilava por transparecer em olhares fugitivos que custavam a entender como um sim.  Como um: - eu também amo você!
As brincadeiras já vinham com segundas intenções ocultas e carregadas de feitiços. As mãos ao se tocarem se enlaçavam, bailavam no ar, fundiam-se, ensaiavam movimentos calorosos como se fossem dois corpos entrando em conjunção. As bocas vez ou outra não se contentavam somente em proferir promessas e se encontravam em longos beijos trocados atrás de uma árvore em noites de luar, assim como faziam quando mais novos, sendo que desta vez possuía um ar ardido e provocante.
    Não se escondiam somente dos outros, mas se escondiam deles mesmo, dos próprios sentimentos por terem medo de um dia terminar algo que mal tinha começado, ou melhor, algo que tinha começado há muito tempo, mas que só perceberam agora.

Se é paixão, se é amor, o que for, que não se perca, mas que se acenda dias mais, pois se existe tempo que se renda a vontade dos corações.

PS: o texto é meu, caso queira divulgar em alguma rede me informe, ok?!
PS 1: Esse texto faz parte do meu livro "Crisálida. Contos e Frases de uma Metamorfose Ambulante"que está à venda no site Perse nas versões impresso ou e-book. Ajude-me. Compre meu livro: 



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