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segunda-feira, 23 de maio de 2016

Sei que sou.

Imagem: We Heart It
Texto: Vanessa Monique


Sempre me disseram que sou seletiva em relação a amizade. Que sou difícil de agradar, que sou desconfiada e que as vezes eu me fecho. Isso acontece porque não sou colecionadora de hipócritas, porque a minha sensibilidade pra energia incompatível a minha sempre foi mais forte e não me forço a ser quem não sou por causa das pessoas. Porque afinal de contas nenhuma sabe o que passo, o que sinto, quem sou ou o que quero da vida. Prefiro passar a minha vida toda com poucos do meu lado e que são verdadeiros do que estar rodeada de muitos falsos. Definitivamente não tenho estômago pra isso. 
As pessoas olham pra mim e dizem que sou calma e paciente, porém quero deixar claro para quem ainda não entendeu que isso não é autorização para me fazer de babaca e nem fazer quem está ao meu lado. Posso engolir "n" situações e passar até por cima algumas vezes quando me machucam, mas não admito que machuquem as pessoas que eu amo. Fico irreconhecível. Sou do tipo super chata, reclamona, cara fechada, implicante, sou exigente, mas sei oferecer abrigo a quem é verdadeiro comigo e me cobro isso constantemente. Se eu gostar eu gosto, se não gostar não gosto. Infelizmente ou felizmente, sei lá, não consigo fingir sentimento. Não sei o que é ficar calada quando tem um nó na garganta me sufocando. Porque sou daquele tipo de pessoa que pra sobreviver eu viro o que tiver que virar. Então pra não machucar, porque isso eu sei fazer muito bem quando me proponho a tal função, prefiro continuar na minha sem olhar pro lado, nem pro outro, nem pra baixo e nem pra algumas pessoas. Então se eu me afastar não insista. É melhor não mexer com cobra porque eu também sei picar.


Vanessa Monique


quarta-feira, 12 de junho de 2013

Amigos Enamorados.

   



   Pelo fato de se conhecerem há muito tempo, já não existia nada que não soubessem um do outro.   Reconheciam pequenos sinais, olhares, sorrisos e feições, entre tantos outros gestos descarados e ocultos que exalavam de seus poros.
 Ele, bonito, alegre, um sorriso fora do comum, e um olhar que fitavam sorrisos incessantemente.
 Ela, divertida, pequenas mãos que gostavam de afagar, corpo pequeno, delicado e uma alma de menina.
 Cresceram juntos, dividiram brincadeiras e traquinagens fora e dentro de hora, repassavam recordações e desejos de adolescentes juntos, e protegiam um ao outro, pois sentiam que suas almas eram iguais em essência.
    Sentiam-se em parte como duas almas prestes a se juntarem a qualquer momento e quem os avistava diziam em coro: - fazem um belo casal. Nasceram um para o outro. Mas eles negavam, disfarçavam suas vontades e desejos, não só para os demais, mas para eles mesmos. Não se permitiam viver aquilo que acreditavam que os deuses teriam escrito para os dois.
Era melhor não arriscarem uma amizade tão forte que crescia com eles há tanto tempo, mas aquele sentimento era diferente e vez ou outra vacilava por transparecer em olhares fugitivos que custavam a entender como um sim.  Como um: - eu também amo você!
As brincadeiras já vinham com segundas intenções ocultas e carregadas de feitiços. As mãos ao se tocarem se enlaçavam, bailavam no ar, fundiam-se, ensaiavam movimentos calorosos como se fossem dois corpos entrando em conjunção. As bocas vez ou outra não se contentavam somente em proferir promessas e se encontravam em longos beijos trocados atrás de uma árvore em noites de luar, assim como faziam quando mais novos, sendo que desta vez possuía um ar ardido e provocante.
    Não se escondiam somente dos outros, mas se escondiam deles mesmo, dos próprios sentimentos por terem medo de um dia terminar algo que mal tinha começado, ou melhor, algo que tinha começado há muito tempo, mas que só perceberam agora.

Se é paixão, se é amor, o que for, que não se perca, mas que se acenda dias mais, pois se existe tempo que se renda a vontade dos corações.

PS: o texto é meu, caso queira divulgar em alguma rede me informe, ok?!
PS 1: Esse texto faz parte do meu livro "Crisálida. Contos e Frases de uma Metamorfose Ambulante"que está à venda no site Perse nas versões impresso ou e-book. Ajude-me. Compre meu livro: 



sábado, 27 de abril de 2013

Você me rasga


    


   No dicionário a palavra rasgar significa “Romper; abrir buraco em”, um outro significado bastante forte é “Fragmentar; fazer em pedaços”.
    Incrível como ultimamente tenho me sentido assim. E abrir buraco é o significado mais exato nesse momento.
    O seu silêncio, a sua falta de atitude, a sua quietação, o seu comodismo e conformismo tem me rasgado por dentro. Tem rompido violentamente laços comigo e tenho medo de cansar. De jogar tudo pro ar, de pegar minhas asas e voar para bem longe, aonde não possa mais te encontrar e ter que enxergar essa sua inanição perante a nós dois. Sentir você vazio é crueldade demais.
    Existem horas que estamos por um fio da navalha, que vai cortando, cortando e cortando. Rasgando cada pedaço, deixando sangrar. Eu mesma tenho que costurar as feridas sem anestesia, sentindo as dores e engolindo os gritos.
    Abrir buraco é mais delicado, é mais torturante. Você abre e deixa-o exposto.
    A armadilha perfeita para quem quiser cair e se estrebuchar. Como eu tenho me estrebuchado, quebrando partes, e ficando no escuro, na umidade, caindo cada vez mais, lutando incessantemente para subir a superfície, gritando para que você note a minha presença e me tire daqui. Mas não tem adiantado, você tem jogado pás de areia em cima de mim, e eu tenho engolido todas elas que me impedem de fazer com que a minha voz soe forte e alto. Meus pulmões tem se enchido de areia e tem horas que parece que eu não vou resistir. Vou morrer aqui embaixo, apodrecer até que alguém encontre o meu corpo e me tire daqui, salve o que restou. Sendo que eu esperava que fosse você que me salvaria dos algozes desse mundo.  Que não me deixaria sozinha, que lutasse por mim, que me defenderia, que fizesse o que fosse para me manter de pé e ao seu lado.
    Tenho me sentido só, porque você tem me fragmentado, tem me feito em pedaços, tem me deixado fraca e confusa e não tem se dado conta disso.
    A minha percepção é que não tem se dado conta de nada. Não tem se dado conta de que você é importante e tão especial para mim, que deixei pedaços meus pelo caminho para te fazer feliz. Não tem se dado conta do tamanho do amor que eu sinto por você, que te defendo, que dou meu sangue, que entro na linha de frente da batalha quantas vezes forem necessárias para não ver você morrer. Não tem se dado conta que eu estou ao seu lado, que tenho gritado pela sua atenção e que também tenho me calado ao perceber que pra você eu faço parte de um outro plano que ainda não descobri qual é.
    Dessa vez eu tinha pensado que seria diferente, que teria alguém que se importasse comigo, que fizesse questão de estar perto de mim. Alguém que não quisesse romper laços, abrir buracos e me fazer em pedaços. Mas alguém que sente o que eu sinto, não na mesma intensidade, porque como já dizia Cazuza, “não se deve supor igualdade de sentimentos”, mas eu queria alguém que sentisse que podia me fazer feliz também.
    Que retribuísse o que tenho doado com tanto amor, que me escutasse sem vir com conselhos que na hora não irão me ajudar em nada, mas só me deixam mais angustiada e triste. Alguém que quisesse me abraçar mesmo que não diga nada com as palavras, que diga só com as batidas do coração que está perto e por nada neste mundo vai me deixar só.
    Tenho lutado comigo mesma para não te rasgar, e enquanto isso tem acontecido tenho me rasgado também. São duas dores pungentes. Mas que tenho suportado por ainda acreditar que você vai se dar conta de que tem algo acontecendo que precisa ser consertado.
    Não deixa eu me cansar. Não deixa eu perder o encanto.  Não me encoraje a ser de novo o que deixei pra trás. Um ser cruel que fere sem se importar com ninguém.

PS: o texto é meu, caso queira divulgar em alguma rede me informe, ok?!
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sexta-feira, 19 de abril de 2013

Palavras e Atitudes.




    Admito o meu amor pelas palavras. Admito o conhecimento que tenho do poder de cada uma delas, e que algumas juntas podem fazer grandes estragos, assim como podem consertar grandes erros.
    Mas reconheço acima de tudo que atitudes jamais tem valor menor ou igual a elas, e que palavras tão doces podem carregar o escuro de uma alma perdida, um corpo com um coração pequeno, uma falta de sentido, tornando-as vazias, sujas e pobres.
    Palavras são apenas palavras quando não carregam nenhuma mensagem, e passam a não ter importância quando se tornam frias e inescrupulosas.
    Para carregar um amor em todas as estações faz-se necessário que não exista um caminho de mão-dupla para que não se choquem, mas é preciso um caminho só, que permita a simbiose, o casamento e sociedade das palavras e atitudes.
    É preciso que as duas andem de mãos dadas e que tracem os mesmos objetivos.
    Não acredito em amor pela metade e não acredito que essa dupla ( palavras e atitudes ) possam andar de forma separada quando existe esse sentimento. Porque se isso acontece é metade, e metade não é amor. Metade é metade. É não se entregar, é não se jogar, é não mergulhar no mais profundo do outro, é submergir, é ficar na superfície, é não conhecer os próprios sentimentos ou não permitir-se ser guiado por eles.
    É ter medo, é ser egoísta, é parar na metade do caminho e não percorrer o resto, é não saber cuidar do outro e nem querer aprender.
    Não me convide a amar pela metade, porque a minha necessidade é de completar e de ser completada.
   Não me ofereça nada que seja metade, porque eu não me contento com o pouco, eu quero o muito... muito em termo de afeto, amor, carinho, compreensão, palavraseatitudes, ou melhor atitudesepalavras (assim mesmo, bem juntinhas, sem se desgrudarem, e no momento eu não me importo com os puritanos do português ), se não existir nada disso eu sinto lhe informar que errou de lugar, casa e pessoa, e que também não és bem vindo aqui... aqui dentro de mim.

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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O Eu Profundo e os Outros Eus- Fernando Pessoa



A nossa vida era toda a vida... O nosso amor era o perfume
do amor. . . Vivíamos horas impossíveis, cheias de sermos
nós. . . E isto porque sabíamos, com toda a carne da nossa
carne, que não éramos uma realidade. . .
Éramos impessoais, ocos de nós, outra coisa qualquer. . . Éramos
aquela paisagem esfumada em consciência de si própria. . .
E assim como ela era duas — de realidade que era, e ilusão
— assim éramos nós obscuramente dois, nenhum de nós sabendo
bem se o outro não era ele-próprio, se o incerto outro vivera.

( Fragmento do livro O Eu Profundo e os Outros Eus - Fernando Pessoa ) 



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